segunda-feira, 2 de abril de 2012

CULTO DOS BONS EXEMPLOS NO LAR (Uma opção verdadeiramente espírita)


Recebemos do confrade José Manoel F. Barbosa, Presidente do C.E. Friburguense, de Nova Friburgo/RJ, a dissertação abaixo, que, por acharmos excelente, publicamos com sua autorização:


 
“Compete a todo religioso a prática de virtudes cada vez mais intensamente até o ponto em que se transforme num fator de paz, harmonia e equilíbrio, em qualquer ambiente do qual participe. É a prece traduzida em cada pensamento, em cada palavra e em cada ato praticado, sem nenhuma formalidade teórica ou ritualística, oriunda das religiões que antecederam o Espiritismo. Segundo a Doutrina Espírita, estamos todos aqui na Terra para conquistar essas virtudes e tornarmo-nos merecedores de mundos melhores, onde a prática do bem, o respeito e a fraternidade, efetivam a felicidade que ainda não é possível alcançar neste mundo de provas e expiações.


 
“Nesta linha de raciocínio, coerente com o conhecimento do Espiritismo, está a convicção de que tais conquistas não são privilégios exclusivos do Cristianismo. O Budismo, o Hinduismo, o Islamismo e tantas outras correntes religiosas ou filosóficas, poderão ser eficientes para que essas virtudes sejam alcançadas por qualquer criatura interessada em se harmonizar com as leis de Deus. Logo, a Doutrina Espirita não apresenta o Cristianismo como único caminho, já que a verdadeira família universal não será a dos cristãos nem a dos budistas, mas, sim, a dos que obtiverem o domínio sobre si próprios, a ponto de fazerem a vontade de Deus que só pode ser a da prática do bem em todas as circunstâncias, como expressão do amor ao próximo.



“Com tais argumentos, podemos nos convencer de que o mais sensato, eficaz e justo, segundo os objetivos da criação, é o estímulo e o fomento de esclarecimentos para que cada religioso desenvolva a vigilância de seus próprios atos, a fim de ser exemplo em qualquer lugar onde se encontre, e, principalmente, EXERCITAR EXEMPLOS DE RESPEITO, DE COMPREENSÃO, TOLERÂNCIA E AMOR NO LAR, mesmo ou principalmente quando seu grupo familiar esteja repleto de entes queridos adeptos de outras crenças ou sem nenhuma delas, pois, se já forem todos espíritas, compondo as reuniões dos centros, transformar o lar em mais um centro espírita já seria demonstrar um sintoma de exagero com lampejos de nascente fanatismo! (grifo do autor).


 
“Somente os bons exemplos e não formalidades ou cultos pretensiosos, copiados ou inspirados por espíritos ainda comprometidos com as práticas de suas antigas crenças, serão capazes de harmonizar o relacionamento entre os que pensam diferente, porque, não terão como contestar os resultados maravilhosos da vivência em paz, harmonia e solidariedade do grupo familiar. Devemos observar que, no próprio Evangelho SEGUNDO (grifo do autor) o Espiritismo, a recomendação básica, após excluir quatro dos cinco aspectos dos escritos bíblicos, é de que nos dediquemos ao conteúdo moral (pela razão) e não aos outros que são místicos, históricos, tendenciosos ou lendários, próprios para gerarem o fanatismo oriundo da fé cega. Dessa forma, um verdadeiro espírita não poderá jamais se constituir no motivo das discórdias, desavenças e antipatias no ambiente familiar, implantando o Culto do Evangelho, Livro dos Espíritos ou quaisquer outros que abalariam as estruturas do lar serviriam para aumentar discriminações (já existentes) ou inaugurar antipáticas divisões e preconceitos. Imaginemos 3 ou 4 tipos de tendências ou religiões diferentes num mesmo lar; qual delas deverá predominar?


 
“A bem da verdade, nem mesmo as cristãs serviriam de exemplo, pois se houvesse sentido em harmonizar pelo Evangelho, só existiria uma única religião cristã, já que o Evangelho é o mesmo, em que pese em 150.000 palavras do Novo Testamento inteiro existirem mais de 200.000 variantes, além das clássicas divisões entre católicos, ortodoxos (russos e gregos), luteranos que originaram os protestantes ou evangélicos, Metodistas, Batistas, Anglicanos, Presbiterianos, Congregacionistas, Pentecostais, Neopentecostais, além de Adventistas, Mórmons e Testemunhas de Jeová, todos oriundos do mesmo e único Evangelho de Jesus!


 
“Jesus, por Jesus, qual a versão ou tendência do Evangelho que deveria ser estabelecida no culto no lar diante dos registros históricos citados acima? Já pensaram?
“O bom senso e a razão afastam a ingenuidade e mostram claramente e, sem grande esforço intelectual, a inconveniência de se continuar imitando o mecanismo da catequese católica e/ou protestante, com “Culto do Evangelho no Lar”. Aliás, os espíritos ditos benfeitores que estimulam esse processo, todos ex-católicos hoje “aceitos” pelo movimento como espíritas, deveriam atuar junto ao Catolicismo, lá pregando a certeza da reencarnação com vistas à perfeição para todos; os mundos habitados e a comunicabilidade dos espíritos, além, é claro, de combater os rituais, a idolatria e o ainda vivo atuante culto ao bezerro de ouro, exatamente como recomenda o Evangelho SEGUNDO o Espiritismo (grifo do autor) na “Missão dos Espíritas”. Se após desencarnados, reconhecerem os erros da doutrina católica que defendiam, estão faltando com a caridade que tanto apregoam, deixando órfãos da verdade (que agora dizem conhecer) seus irmãos que continuam equivocados! Entretanto, cá estão eles (ex-integrantes do clero) com a falsa e insustentável posição de ensinar Espiritismo, para os espíritas, inovando com cultos e outros deslizes a irretocável Codificação elaborada pelo mestre. Allan Kardec, prévia e exclusivamente determinado por Deus para esta missão!... (grifo do autor)


 
“Sejamos no lar pessoas normais (...) Não nos isolemos para cultuar Jesus (...) Abracemos, acariciemos, sejamos solidários, humildes e, somente quando solicitados sobre o assunto, falemos sobre nossa religião ...


 
“Jesus, (...) estará nos lares onde se exercitem os bons exemplos e não onde se formalizem cultos, cantorias ou ladainhas ...


 
“Pensemos livremente sobre isso e façamos a nossa parte em favor do entendimento das regras claras expressas pela Terceira Revelação de Deus nas cinco obras básicas que constituem a Codificação elaborada por Allan Kardec”.


 
Seguem-se dez recomendações para análise.

RECOMENDAÇÕES PARA SEREM ANALISADAS NO CASO

01. Agir no ambiente familiar com simpatia, humildade e simplicidade...
02. Estar sempre disposto a auxiliar o ente querido...
03. Não provocar discursos religiosos...
04. Não marcar horários para falar sobre sua crença...
05. Conviver, fraternalmente, com os filhos mesmo quando eles adotam entendimento religioso diferente..;
06. Nunca esquecer que abrir precedente para se praticar “seu culto” cria a mesma oportunidade para os outros praticarem os deles...;
07. Nunca perder de vista que Jesus não pregava em sua própria casa...;
08. Estudar em casa, naturalmente, as obras básicas, porém de forma discreta e sem alarde...;
09. Não usar a religião como um rótulo de satisfação social e sim como alavanca par transformação moral.
10. No estudo dos ensinos dos Espíritos sempre agir e apreciar COM A PRÓPRIA RAZÃO e não ficar à caça do que disseram os outros (encarnados ou desencarnados)


José Manoel F. Barbosa
Do Centro Espítia Friburguense
OBSERVAÇÃO: Para conseguir esse pronunciamento e essas recomendações na íntegra, basta dirigir-se ao Centro Espírita Friburguense, cuja sede funciona na Av. Comandante Bittencourt, nº 102-Centro-Nova Friburgo/RJ (CEP = 28.625-000)



 
Fonte: http://www.ofrancopaladino.pro.br/mat619.htm

Um comentário:

  1. Eu vivi o momento marcado para evangelizar a família, quando os meninos eram pequenos, sem imposições. Sempre acreditei na liberdade de culto porque pra mim, a religião ou a doutrina que se abraça é transporte para Deus.

    Um grande abraço.

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